Nunca vi um Coachee!

Seja você alguém da área de gestão de pessoas ou não, já deve ter lido ouvido ou visto algo relativo à Coaching nos últimos 5 anos.

Deve também ter ficado impressionado como ser Coach, virou lugar comum, adjetivo, título em currículo ou forma de apresentação.

Para aqueles que dominam o idioma inglês ou acompanham futebol, talvez nenhuma novidade, afinal Coach nada mais é que um treinador. Coach é uma palavra em inglês que, quando usada como verbo, significa treinar ou ensinar. Pode, também, ser um tipo de ônibus.

Só que neste artigo estamos tratando do Coach como um profissional que exerce o coaching, uma ferramenta de desenvolvimento pessoal e profissional. Para tanto, esse profissional, além da formação em uma metodologia de coaching, deve, também, possuir competências que lhe confira credibilidade para exercer a função de ajudar, de apoiar a pessoa que confiou nos seus serviços. Sem dúvida nenhuma, ser capaz de não só lidar com a dificuldade atual do cliente mas, promover meios para que o mesmo se fortaleça, libere-se das crenças limitantes e estruture-se para uma nova trajetória.

Importante mencionar que só existe o Coach porque existe alguém que está do outro lado, a quem denominamos de Coachee, que pode ser um cliente, um profissional, um empresário, um gestor, um jovem estudante, entre tantas outras pessoas e ou profissionais que demandam os serviços do Coach.

Coachees não tem gênero, faixa etária, atividade profissional e/ou momento de carreira ideal para fazer coaching, pelo contrário, em muitos casos são pessoas que desejam se autoconhecer e refletir sobre um momento de carreira futura, que querem definir planos para antecipar a conquista de resultados ou se preparar antecipadamente para novos desafios.

São os Coachees as figuras principais do processo de coaching, desta ciência, desta nova abordagem de desenvolvimento humano. E onde estão, quem são e o que fazem os coachees?

Peço aqui a sua licença, para dizer a minha fonte de inspiração deste artigo, que sem ela, possivelmente não estaria escrevendo estas linhas. Esta fonte é Diretor da Associação Brasileira de Recursos Humanos – ABRH, na Bahia, um excelente palestrante e Diretor de Gestão de Pessoas de uma grande indústria. Como ele não me autorizou e talvez nem saiba que me inspirou, vou preservar seu nome.

Um belo dia, em uma reunião com um empresário, sócio de uma agência publicitária, conversando sobre possibilidades de trabalho, entre as duas organizações, o mesmo questionou, “Conheço muitos Coaches, mas, nunca vi um Coachee?” e sorriu.

Por uma mera coincidência do destino, este empresário tinha sido meu coachee e respondeu de forma assertiva, “Aqui está um deles” e passou a relatar seu processo de coaching.

A partir desse episódio percebi a necessidade de compartilhar algumas experiências vivenciadas por alguns dos nossos coachees, pois a ferramenta coaching, direcionada ao desenvolvimento e ampliação de competências pessoal e profissional, ainda é pouco conhecida em toda sua potencialidade. No sentido de levar o leitor a melhor entender os processos de coaching vivenciados por alguns dos nossos coachees, a seguir relato alguns depoimentos:

“Eu acho que quando a gente tem a possibilidade de fazer um investimento para se conhecer mais, desenvolver potenciais, isto se torna uma vantagem competitiva. Quando você desmistifica alguns medos, você sabe lidar melhor com suas competências, seus gaps de competências. Você passa a perceber também a sua responsabilidade sobre o seu destino e passa a ter mais determinação” – depoimento de um ex-coachee, na última sessão do seu processo de coaching. Alguém que queria se encontrar entre uma vida corporativa na área pública e o seu negócio.

“Eu acredito que o principal fator do coaching é o autoconhecimento, visualizar suas potencialidades, ver as coisas com mais clareza. O coaching lhe ajuda a definir metas” – depoimento de um jovem líder, engenheiro que tinha assumido uma posição de destaque na organização e estava buscando equilibrar o novo desafio e a construção de um projeto de carreira alternativo.

“Penso e sinto que um processo de coaching é muito importante na vida de uma pessoa, levando a um processo de autoconhecimento. Realmente as técnicas são eficazes, são simples, organiza o ser humano e um profissional dando suporte, facilita muito. É um processo que vale a pena ser investido” – depoimento de um jovem coachee, da área de psicologia. O foco do trabalho foi a compatibilização de carreiras diametralmente opostas, que atraiam este profissional e geravam desafios relacionados à busca de uma possível sinergia entre estas carreiras.

Há também aquele coachee já com uma longa estrada percorrida, mas, que quer fazer um planejamento mais estruturado de um novo projeto de vida e carreira, uma aposentadoria ou a infinita busca de melhoria da sua performance, que assim relatou a sua experiência do processo de coaching, “Recomendo, recomendei para as minhas filhas. Quanto mais cedo, melhor. Acho que foi legal. Para mim foram confirmações, foi uma alavanca para ter os caminhos mais claros e me deu segurança.” “Esta última sessão teve 2 semanas de intervalo, fez falta e que tive um crescimento pessoal e profissional muito grande. Não posso fazer só porque tinha alguém me acompanhando, tenho que fazer por mim e para mim. Com os outros sou muito comprometida e comigo não.”

Há também os casos, que o processo de coaching termina, mas, o desafio continua para o coachee, de lidar com crenças negativas, comportamentos que não colaboram para a sua felicidade e sucesso. E acreditar no seu potencial e poder de realização.

A seguir depoimento de um coachee ainda muito jovens em termos de faixa etária, mas, extremamente precoce nas suas preocupações, que assim, relata a sua vivência do processo de coaching, “O processo de coaching foi algo muito enriquecedor na minha vida, o autoconhecimento durante as sessões de entender quem sou eu, forças, fraquezas, aonde quero chegar, a construção de um Plano de Desenvolvimento Individual – PDI, de um Plano de Vida e Carreira é muito importante para ter mais clareza do que realmente você quer e que pode potencializar os pontos positivos e inibir os pontos negativos. O coaching ajuda a internalizar a importância de determinadas competências, ações e atitudes.”

Poderia aqui, ainda, relatar muitas outras maravilhosas experiências que tenho tido neste mundo fantástico do Coaching, uma abordagem realmente inovadora e que trabalho com foco no nosso maior desafio que é de vencer o nosso jogo interior e de fazer que possamos trabalhar melhor “a nossa parte cheia do copo”, antes de definir como completar os espaços vazios.

Aproveito para agradecer a cada um dos meus ex-coachees, aos atuais e aos futuros, pois, os resultados conquistados, não são meus e sim, de uma dedicação insana a este revolucionário processo de aprendizagem individual e da busca real de ações, movimentos, atitudes e novos comportamentos.

E você quando ingressará neste fantástico mundo do Coaching? O que está esperando?

Fábio Rocha

Especialista em Carreira, Consultor em Sustentabilidade, Professor, Coach e Diretor-Executivo da Damicos Consultoria em Liderança e Sustentabilidade.