Gestão de Carreira e Romantismo, não combinam!

Fazer algo que amamos, trabalhar com paixão, escolher uma carreira que traduza aquilo que sempre você gostou de fazer, tudo isto é perfeito, sonho de consumo de qualquer profissional.

“Entretanto, tomar decisões sobre sua carreira com base em romantismo, do tipo “Sonhei que iria ser médico”, “Acho que sou um fantástico vendedor”, “Adoro números, então tenho tudo a ver com contabilidade”, não garantem as mudanças e lastros necessários para levá-lo a conquistar o que almeja.

Quando vamos fazer escolhas e planejar a nossa carreira, precisamos estar atentos a uma série de instrumentos, ferramentas e processos que podem nos ajudar nestas decisões. Exemplo: os diversos testes, que indicam o seu perfil comportamental, suas principais características e até a propensão para determinadas atividades, funções ou profissões.

Podemos citar também, a utilização de ferramentas como a “Âncora de Carreira” que estabelece inclinações e/ou tendências para sua carreira. Pessoas, com o chamado perfil “Técnico-Funcional”, por exemplo, são aquelas que têm preferência por uma carreira de especialização, que se estimulam em exercitar suas aptidões e ficam motivadas quando são “experts” em um determinado assunto.

Muitas vezes as influencias se constituem em uma variável fundamental na vida e carreira do indivíduo. Quantos jovens vão fazer faculdade para atender à vontade dos pais? Ou pior, para seguir profissões “em alta” no momento, que oferecem maior oportunidade de contratação e que apresentam boas faixas de remuneração? Ou, simplesmente, por que aquela pessoa que é sua referência pessoal, ama a sua profissão, fazendo a crer que consigo ocorrerá o mesmo? Outro campo fértil para decisões românticas na carreira, sem nenhuma base sólida ou racional, é a opção para o empreendedorismo, o chamado negócio próprio. Aí vêm aqueles chavões: “Fulano sempre teve um bom tino comercial”, “Nasceu para ser negociante”, “Sempre adorou bichos, então acho que o PetShop é a cara dele”…

Será realmente que esta pessoa tem perfil empreendedor? Terá disciplina para liderar a si mesmo? Conhece bem o segmento com o qual irá se envolver? Tem alguma reserva de capital, caso o negócio demore um pouco mais para dar certo?

E quando falamos de transição de carreira, de pessoas que desejam de forma incontrolável fazer uma mudança radical na carreira, sair da área comercial para gestão de pessoas, da área de finanças para o marketing, mudar de empresa, de segmento…

Como planejar esta transição? Qual o melhor momento para fazer esta mudança? Tem certeza da sua escolha sobre o novo foco de carreira? Será que isto pode ser feito na mesma organização que já trabalha?

E a preparação para a aposentadoria, decisão que envolve muita emoção? Será que está na hora de realmente parar? Saberá conviver com a vida menos ativa? Adaptar-se-á com a perda de status, deixar de ser “Fulano da empresa X”?

Portanto, em um universo tão rico de opções, tão complexo, tão dinâmico, no qual falamos de vários ciclos de carreira em uma única vida, as decisões devem ser tomadas de forma mais estruturada, mais pragmática, utilizando-se de instrumentos científicos, de ferramentas apropriadas, especialmente com suporte profissional especializado.

Deixar a emoção e o romantismo para celebrar decisões acertadas, conquistas, prêmios ou até aquela tão sonhada aposentadoria, planejada, tranquila e repleta de gratificações, lógico!

Portanto, esteja você no início da carreira, no meio, em uma fase de ascensão, em uma fase descendente, não tome decisões baseado apenas em suas emoções ou instintos, vida e carreira são coisas sérias e precisam ser gerenciadas sem amadorismo.

Fábio Rocha

Especialista em Carreira, Consultor em Sustentabilidade, Professor, Coach e Diretor-Executivo da Damicos Consultoria em Liderança e Sustentabilidade.

Maiza Neville

Especialista em Carreira, Consultor em Gestão de Pessoas por Competências, Professora, Coach e Diretora-Executiva da Damicos Consultoria em Liderança e Sustentabilidade.